E assim chegamos ao final do ano. E não tem como olharmos para trás e questionar tudo que foi vivido e o que não foi.
Tantos sonhos e promessas não cumpridas, aumentando mais a angústia e a cobrança do não realizado.
Talvez a época que mais se acentua os problemas psicológicos.
Olhar para a mesa muitas vezes farta e sentir-se vazio. Famílias reunidas pela obrigação da data, uma relação real e imperfeita, bem longe da nossa idealização, a família feliz da propaganda de margarina.
Sentir-se incompleto, pela perda de um ente querido que certamente faria toda diferença. Sentir-se sozinho, em meio a tanta gente que finge alegria, é mais comum do que imaginamos, embora quase ninguém admita.
É no final do ano que escancaramos nossas faltas, nossas dores e nossas ausências.
Mas tente ter um olhar de honestidade e não se puna tanto. Reconheça as dores, as faltas, as perdas e as imperfeições, mas não ignore o quanto você caminhou, naquilo que pra você foi possível e deu conta.
Entre em contato consigo e reflita. Está tudo bem reconhecer que este período pode ser pesado. Está tudo bem admitir cansaço, tristeza, saudade, confusão.
Porque a vida é feita de ciclos, e nem todos eles são leves. Nem todos são comemoráveis.
Talvez seja isso que importe agora: permitir-se sentir o que realmente sente. O simples gesto de acolher sua própria verdade já é um ato profundo de coragem e amor próprio. Lembre-se que não somos fortes o tempo todo.
A vida também acontece nos momentos em que somos apenas humanos.
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