A autoestima não é algo que nasce pronto, mas sim é construída por diversos fatores. Desde muito cedo, começamos a construir uma ideia do que deveríamos ser. Esse ideal nasce na infância, a partir da interação com ambiente, na cultura, com os nossos cuidadores e das primeiras relações que tivemos. É a partir dessas interações e experiências que aprendemos a nos avaliar.
Conforme vamos amadurecendo emocionalmente, passamos a medir nosso valor com base em diferentes critérios: o quanto somos produtivos, o quanto agradamos aos outros, o quanto nos sentimos amados e validados. Alguns se avaliam pela produtividade no trabalho, notas da escola, outros pela aparência, ou pela capacidade de cuidar dos outros.
Tudo isso vai construindo como nós nos enxergamos. É por isso que existem pessoas consideradas dentro do padrão de beleza que mesmo assim sentem que têm uma baixa autoestima.
A autoestima não tem a ver apenas com aparência física ou conquistas, mas com a forma como nos relacionamos com a nossa própria história. Se lá atrás aprendemos que precisávamos ser “bonzinhos” e nunca poderíamos dizer não para sermos amados, é provável que hoje continuemos buscando validação externa e tentando corresponder a uma imagem idealizada de quem deveríamos ser.
A terapia nos ajuda justamente a desconstruir esses aprendizados e crenças. Ao longo do processo terapêutico, começamos a reconhecer de onde vêm as nossas exigências, as nossas comparações e as raízes das nossas questões emocionais.
Passamos a entender que a forma como nos enxergamos foi aprendida e, portanto, pode ser transformada.
Com o tempo, a análise nos ensina a sustentar uma autoestima mais sólida, não baseada no olhar do outro, mas na relação que construímos com nós mesmos.
É um processo que exige tempo e entrega, mas que nos devolve algo muito valioso: a possibilidade de se sentir em paz sendo quem se é, sem precisar cumprir as expectativas dos outros.
Referencial teórico:
Introdução ao Narcisismo (1914)
O Ego e o Id (1923)




