A emoção de apostar, a expectativa do resultado e a possibilidade de ganhar dinheiro rápido fazem dos jogos de apostas uma atividade tentadora. Casas de apostas, cassinos online e aplicativos de jogos cresceram exponencialmente nos últimos anos, tornando o acesso cada vez mais fácil. Mas, por trás dessa sensação de adrenalina, existe um risco silencioso: o vício. Quando a aposta deixa de ser lazer e passa a dominar os pensamentos, o tempo e as finanças, é sinal de que a pessoa precisa de ajuda. Nesse ponto, a terapia para vício em jogos de apostas se torna um apoio essencial para recuperar o controle e reconstruir o equilíbrio emocional.
O vício em apostas é caracterizado pela perda de controle sobre o ato de jogar e pela necessidade constante de apostar quantias cada vez maiores para sentir a mesma emoção. É um ciclo de esperança, excitação e arrependimento. A pessoa acredita que, com mais uma aposta, conseguirá “recuperar o que perdeu”, mas na maioria das vezes o resultado é o oposto: mais perdas, dívidas e culpa. A terapia ajuda a interromper esse ciclo, permitindo que o paciente compreenda o que o leva a apostar e encontre novas formas de lidar com suas emoções.
O vício em jogos de apostas não é apenas um comportamento impulsivo — ele tem raízes psicológicas complexas. Muitas vezes, o jogo serve como uma fuga emocional para lidar com estresse, ansiedade, solidão ou problemas financeiros. A terapia para vício em jogos trabalha esses aspectos internos, ajudando o indivíduo a entender o que está tentando compensar por meio da aposta. Em vez de focar apenas em parar de jogar, o tratamento busca fortalecer o autocontrole e ressignificar a relação com o prazer e o dinheiro.
Durante o processo terapêutico, o psicólogo ajuda o paciente a reconhecer os gatilhos que despertam a vontade de apostar — como redes sociais, anúncios, amigos que jogam ou situações de frustração. Ao identificar esses gatilhos, a pessoa aprende a substituí-los por comportamentos mais saudáveis, como praticar atividades físicas, buscar apoio emocional ou desenvolver hobbies que tragam satisfação sem risco.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes nesse tipo de tratamento. Ela auxilia o paciente a reconhecer os pensamentos distorcidos que mantêm o vício, como “dessa vez vai dar certo” ou “eu controlo quando quiser”. Com o tempo, esses padrões mentais são substituídos por percepções mais realistas e seguras. A terapia também trabalha o senso de responsabilidade financeira, ajudando o paciente a reorganizar suas finanças e lidar com a culpa pelas perdas.
Outro aspecto fundamental é o fortalecimento da autoestima. Muitos apostadores desenvolvem vergonha ou se sentem fracassados, o que reforça o ciclo da dependência. A terapia oferece um espaço de acolhimento e escuta, onde a pessoa pode se reconhecer sem julgamento e reconstruir a confiança em si mesma. O foco é ajudar o paciente a perceber que buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem.
Em casos mais graves, a terapia para vício em jogos pode ser complementada com apoio psiquiátrico, especialmente quando há sintomas de depressão, ansiedade ou compulsividade associados. A combinação entre psicoterapia e acompanhamento médico aumenta a eficácia do tratamento e reduz as chances de recaída.
A terapia online também é uma ferramenta útil nesse processo. Para quem tem vergonha de procurar ajuda presencialmente ou vive em locais sem acesso a psicólogos especializados, o atendimento virtual oferece privacidade, conveniência e a mesma qualidade terapêutica.
Superar o vício em apostas é um processo de autoconhecimento e reconstrução. Não se trata apenas de parar de jogar, mas de aprender a lidar com as emoções que impulsionam o comportamento. A terapia para vício em jogos de apostas ajuda o paciente a retomar o controle sobre o próprio tempo, dinheiro e mente. Com o acompanhamento certo, é possível transformar a relação com o jogo e redescobrir o prazer da vida real — sem depender do acaso.



