Na Psicologia, profissionais se identificam com abordagens na sua forma de atender.
Há, no entanto, a terapia cognitivo comportamental, conhecida também pela sigla TCC.
Neste artigo, irei expor o modelo que conduz essa abordagem psicoterapêutica.
Apesar de não sermos ensinados sobre o que é um pensamento e sua natureza, essa terapia trabalha com a forma de pensar dos indivíduos a fim de verificar distorções que possam estar ocasionando sofrimento em sua vida.
Exemplo: um pensamento obsessivo pode levar um indivíduo a crer que se ele tocou de determinada forma em uma maçaneta, logo ele ficará doente. Esse pensamento pode causar tanta ansiedade, que o indivíduo sente-se compelido a não tocar em maçanetas, logo isso lhe trará prejuízos, uma vez que, abrir maçanetas é um comportamento diário em nossas vidas.
A TCC então vem para verificar essas cognições disfuncionais que causam prejuízos.
A nossa forma de pensar, influencia a forma como nos sentimos e como nos comportamos diante das diversas situações que vivenciamos.
Exemplo: um pensamento automático de que “não vou conseguir apresentar esse trabalho”, intensifica as emoções como ansiedade. É provável que esse indivíduo em sua forma de se comportar fuja de ser um dos apresentadores do trabalho.
É possível que você se mantenha em ciclos na maneira de se comportar que não favorece o aprendizado do que você teme, e do que gostaria de enfrentar, sendo influenciado pelos seus pensamentos, emoções e comportamentos disfuncionais.
A terapia cognitivo comportamental convida os indivíduos a olhar para essa forma de se comportar que muitas vezes traz prejuízos, sofrimento e que afetam o bem estar mental e emocional. Portanto, em alguns momentos você será convidado a desenhar esse ciclo de situação, pensamento, emoção e comportamentos emitidos.
Além disso, o terapeuta cognitivo comportamental conduzirá o atendimento psicológico com técnicas que possam auxiliar o rompimento de pensamentos e comportamentos disfuncionais. Em determinados momentos, você será orientado a agir de novas maneiras visando os benefícios de comportamentos saudáveis.
Apesar desse olhar ao interior, essa abordagem não se reduz a aspectos apenas pessoais, afinal, estamos inseridos em contextos, e esses também serão considerados na análise do caso. Às vezes, o contexto que precisa ser melhorado e terapeuta e paciente desenvolvem os recursos para lidar com esses contextos sociais e com as relações interpessoais, seja com os familiares, colegas de trabalho.
Exemplo: uma mulher assediada por um motorista de aplicativo. O contexto, de fato, está ferindo direitos. A partir disso, será acolhido os pensamentos e sentimentos dessa mulher, e terapeuta e paciente desenvolvem formas de agir que resguardem os direitos das mulheres. Inclusive, de acordo com o Conselho Federal de Psicologia, o psicólogo deve basear o seu trabalho em respeito aos direitos humanos.
Conclui-se então que a Abordagem cognitivo comportamental está inserida na Psicologia como forma de atuação ao sofrimento psicológico. Fundamentada na ciência, seu modelo envolve os pensamentos, emoções e comportamentos como os elementos a serem tratados. Apesar disso, considera os diversos fatores ambientais, familiares, sociais na análise de cada caso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília, 2009.
WRIGHT, Jesse H. et al. Aprendendo a Terapia Cognitivo-Comportamental: Um Guia Ilustrado. Artmed. Edição do Kindle.




