Apostar pode parecer inofensivo — um simples passatempo, uma forma de se divertir, um “teste de sorte” entre amigos. Mas, para muitas pessoas, o jogo se transforma em algo maior e mais perigoso. O que começa como curiosidade ou distração evolui para uma necessidade constante de apostar, mesmo quando isso traz prejuízos financeiros e emocionais. O vício em jogos de apostas é uma realidade silenciosa e crescente, e a terapia para vício em apostas tem se mostrado essencial para ajudar quem vive preso nesse ciclo a reencontrar o equilíbrio.
O grande risco dos jogos de apostas está na ilusão do controle. O cérebro cria uma sensação de poder e expectativa — como se o próximo giro, a próxima aposta ou a próxima rodada fossem, finalmente, a vitória que mudará tudo. Esse mecanismo de reforço imediato estimula a liberação de dopamina, o neurotransmissor do prazer, e faz com que o jogador queira repetir o comportamento. É assim que o jogo, aos poucos, deixa de ser diversão e se torna uma dependência.
O impacto desse vício vai muito além do financeiro. Pessoas com compulsão por apostas enfrentam ansiedade, insônia, irritabilidade, vergonha e isolamento social. Passam a esconder dívidas, mentir para familiares e se afastar das pessoas próximas. A mente fica completamente voltada para o jogo, e as outras áreas da vida — trabalho, estudos, relacionamentos — começam a ruir. Nesses casos, a terapia para vício em apostas é o primeiro passo para quebrar o silêncio e reconstruir a autoconfiança.
Na terapia, o paciente encontra um espaço seguro para falar sobre suas dificuldades sem medo de julgamento. O psicólogo ajuda a identificar os gatilhos que levam ao impulso de apostar — sejam eles emocionais, sociais ou situacionais — e a desenvolver estratégias práticas para lidar com essas situações. Entender o que está por trás da compulsão é o que permite recuperar o controle sobre as escolhas.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes no tratamento da dependência em jogos de apostas. Ela ajuda o paciente a reconhecer os pensamentos distorcidos que alimentam o vício, como “estou perto de ganhar” ou “posso recuperar o que perdi”. Ao aprender a questionar essas crenças e substituí-las por percepções mais realistas, o jogador reconstrói seu senso de controle e fortalece o autocontrole emocional.
Outro aspecto importante da terapia é o trabalho com a autoestima e a culpa. Muitos jogadores carregam um peso enorme por causa das perdas financeiras e emocionais. Sentem vergonha, acreditam que decepcionaram a família e evitam pedir ajuda. O psicólogo atua justamente nesse ponto: ajuda o paciente a compreender que o vício não é um sinal de fraqueza moral, mas uma condição que pode ser tratada com apoio profissional e comprometimento.
Em casos mais severos, o acompanhamento terapêutico pode ser combinado com grupos de apoio ou tratamento psiquiátrico, especialmente quando há sintomas de depressão, impulsividade ou ansiedade intensa. O processo de recuperação envolve não apenas parar de apostar, mas aprender a lidar com as emoções que antes eram mascaradas pelo jogo.
A terapia para vício em apostas também trabalha a reconstrução prática da vida cotidiana. O paciente é orientado a reorganizar suas finanças, reaproximar-se da família e desenvolver hábitos saudáveis que substituam a necessidade de risco e adrenalina. A retomada da rotina é feita passo a passo, sempre respeitando o ritmo individual.
Para quem vive no ambiente digital, a terapia online é uma alternativa viável e eficaz. Ela oferece conforto, privacidade e flexibilidade de horários — o que facilita o início do tratamento e reduz as barreiras que impedem muitas pessoas de buscar ajuda.
Superar o vício em apostas é possível. A terapia não apaga o passado, mas oferece um caminho de consciência e reconstrução. Recuperar o controle sobre a própria vida exige coragem, paciência e apoio — e cada pequena vitória faz diferença. Apostar em si mesmo é, sem dúvida, a melhor aposta que alguém pode fazer.



