Jogar é uma das formas mais populares de relaxar, socializar e se divertir. Mas para algumas pessoas, o que começa como lazer pode se transformar em um ciclo de compulsão difícil de controlar. O vício em jogos — sejam eletrônicos, de azar ou online — é um problema cada vez mais comum, especialmente entre jovens e adultos que passam horas imersos nesse universo. Quando o jogo começa a tomar conta da rotina, afetando o sono, o trabalho e as relações, é sinal de que algo precisa ser olhado com atenção. Nesse contexto, a terapia para vício em jogos se torna um recurso fundamental para compreender as causas da dependência e reconstruir o equilíbrio emocional.
O vício em jogos não é apenas uma questão de tempo gasto jogando, mas de perda de controle. A pessoa sente uma necessidade constante de jogar, mesmo quando sabe que isso está prejudicando sua vida. Pode mentir sobre o tempo que passa jogando, negligenciar responsabilidades e sentir irritação ou ansiedade quando não consegue jogar. Aos poucos, o jogo deixa de ser uma escolha e passa a ser uma necessidade.
A terapia para vício em jogos ajuda o paciente a identificar o que está por trás desse comportamento. Muitas vezes, o jogo serve como uma fuga emocional — uma forma de evitar sentimentos de tristeza, solidão ou frustração. O psicólogo trabalha para entender essas causas e ajudar o paciente a substituí-las por estratégias mais saudáveis de enfrentamento. O objetivo não é proibir o jogo, mas restaurar o controle e devolver o equilíbrio à vida.
Um dos aspectos mais importantes da terapia é o desenvolvimento da consciência sobre os gatilhos. Situações de estresse, isolamento social ou tédio podem levar à vontade intensa de jogar. A terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, é uma abordagem eficaz nesse tipo de caso, pois ajuda o paciente a reconhecer pensamentos automáticos e impulsos, e a substituí-los por respostas mais conscientes.
Outro benefício da terapia para vício em jogos é o fortalecimento da autoestima. Muitos jogadores que desenvolvem dependência acabam se sentindo culpados ou envergonhados, acreditando que não têm força de vontade. A terapia mostra que o vício é um sintoma, não um defeito de caráter, e que buscar ajuda é um sinal de coragem. Ao longo do processo, o paciente aprende a reconhecer conquistas pequenas, reconstruir a confiança em si e retomar o contato com a própria realidade.
A terapia também auxilia a reorganizar a rotina. O psicólogo ajuda o paciente a criar novos hábitos, equilibrar o tempo online e offline e desenvolver outras formas de prazer — como exercícios físicos, socialização e hobbies criativos. O processo terapêutico incentiva o autoconhecimento e o reencontro com a vida real, fortalecendo o senso de propósito.
Em casos mais graves, a terapia para vício em jogos pode ser combinada com acompanhamento psiquiátrico. Isso é especialmente importante quando há sintomas de depressão, ansiedade ou impulsividade associados. O tratamento integrado oferece suporte emocional e, quando necessário, o uso de medicação pode ajudar a estabilizar o comportamento.
A modalidade online também tem se mostrado eficaz nesse contexto. A terapia online facilita o acesso para quem passa muito tempo no ambiente digital e pode ser um primeiro passo para buscar ajuda. A partir de um espaço seguro, o paciente é acolhido e pode falar abertamente sobre o que sente, sem julgamentos.
Superar o vício em jogos é uma jornada de autoconhecimento, paciência e apoio. Não se trata de eliminar o prazer de jogar, mas de recuperar o controle sobre o próprio tempo e emoções. A terapia para vício em jogos é uma ferramenta poderosa para reconectar a pessoa com a realidade, fortalecer laços e devolver o equilíbrio à vida.



