Entendendo sobre a violência doméstica: o que está por trás do silêncio
A violência doméstica não é apenas um problema familiar, é um crime. Ela destrói vidas, afeta gerações e precisa ser interrompida. Se você ou alguém que conhece está passando por isso, saiba: não é culpa sua, não é exagero e você não está sozinha(o).
Este texto vai te ajudar a entender os sinais da violência doméstica, saber como buscar ajuda, denunciar e encontrar apoio psicológico para reconstruir sua vida.
A violência doméstica é um ciclo de comportamentos abusivos – físicos, psicológicos, sexuais, patrimoniais ou financeiros – usados para manter poder e controle sobre alguém em um contexto familiar ou íntimo.
Ela não escolhe classe social, gênero ou idade. Pode acontecer com qualquer pessoa. Mas nunca deve ser naturalizada.
Importante:
Violência doméstica é crime, previsto na Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006);
O agressor pode ser responsabilizado criminalmente, independentemente de a vítima registrar queixa formal.
Por que é tão difícil sair de uma relação abusiva?
Muitas vítimas sentem medo, vergonha, culpa ou dependência emocional e financeira, o que as impede de buscar ajuda.
Quando há crianças envolvidas, o agressor pode usar ameaças como “tirar a guarda” ou “destruir a família”, aumentando ainda mais o medo.
Mas é importante lembrar: crianças que crescem em ambientes violentos também são vítimas, mesmo que não sofram agressões diretas.
Buscar apoio não é fraqueza. É um ato de coragem e cuidado com você e com quem você ama.
Como reconhecer um relacionamento abusivo?
Alguns sinais de alerta:
Controle sobre onde você vai, com quem fala ou o que veste
Isolamento de amigos e familiares
Comentários que diminuem sua autoestima ou te fazem duvidar de si mesma(o)
Manipulação emocional para te culpar ou confundir
Mudanças no seu comportamento para evitar conflitos ou agressões
Se você reconheceu esses sinais, não ignore. Esse é o primeiro passo para quebrar o silêncio.
Psicologia social: como ela pode ajudar?
A psicologia social estuda como as relações, a cultura e as estruturas de poder influenciam o comportamento humano. No contexto da violência doméstica, ela ajuda a:
Entender como a sociedade naturaliza abusos e desigualdades
Identificar dinâmicas de poder e dependência emocional
Fortalecer redes de apoio e acolhimento
Oferecer psicoterapia para reconstruir autoestima e autonomia
Na Psicoterapia, o acolhimento é sem julgamentos. Você será ouvida(o), fortalecida(o) e orientada(o) para retomar o controle da sua vida.
Como fazer uma denúncia de violência doméstica
Se você está em situação de violência ou conhece alguém que está, procure ajuda imediatamente.
Canais de denúncia e apoio
Ligue 180 (Central de Atendimento à Mulher): atendimento 24h, sigiloso e gratuito.
Disque 190 (Polícia Militar): em caso de emergência, ligue imediatamente.
Delegacia da Mulher: registre boletim de ocorrência.
Centros de Referência da Mulher: oferecem apoio psicológico, social e jurídico.
Aplicativo Direitos Humanos Brasil: permite denúncias anônimas.
Importante: Se você está em risco iminente, saia do local imediatamente e procure um lugar seguro, como a casa de um parente ou amigo.
Redes de apoio: você não está sozinha(o)
Um dos maiores objetivos da psicologia social é romper o isolamento imposto pelo agressor, conectando a vítima a redes de apoio – amigos, familiares, comunidades e serviços especializados.
Mais do que cuidar individualmente, essa área também atua na mudança social, promovendo campanhas educativas em escolas, comunidades e ambientes de trabalho.
Dados que mostram a urgência
Dados alarmantes no Brasil:
30% das brasileiras já sofreram violência doméstica (Senado Federal)
Mais de 966 mil casos chegaram à Justiça em 2023
1.463 mulheres foram vítimas de feminicídio em 2023
Esses números não são apenas estatísticas. São vidas. São histórias. São gritos de socorro que não podem ser ignorados.
Você tem direito à proteção
A violência doméstica é um fenômeno complexo, mas há saída.
Você tem direito a uma vida sem violência.
Você merece apoio, acolhimento e proteção.
Você não está sozinha(o).
Se você está passando por isso, fale com alguém de confiança, procure ajuda psicológica e denuncie.
Agende uma conversa com um psicólogo(a) especializado. O primeiro passo para a mudança começa com uma decisão.



