Vivemos em um ritmo acelerado. Quase não há espaço para o tédio, estamos sempre produzindo, consumindo ou buscando estímulos. Estamos sempre buscando estímulos: vídeos curtos, mensagens rápidas, respostas imediatas. E percebo que, na terapia, esse padrão também se repete.
Muitos pacientes chegam com uma expectativa de resultados rápidos, às vezes esperando uma “cura” em poucas semanas. Em alguns casos, chegam até com um diagnóstico próprio, como se a função da sessão fosse apenas confirmar seu autodiagnóstico.
Essa baixa tolerância à frustração tem se tornado tão comum que, hoje, é um tema que costumo abordar já na primeira sessão.
Alinhar expectativas e psicoeducar o paciente são tarefas que se tornam cada vez mais fundamentais no tempo em que vivemos.
A pressa e o tempo real da psicoterapia E como a psicoterapia se posiciona diante dessa urgência? Na minha prática como psicólogo junguiano, percebo que o processo terapêutico segue na direção oposta da aceleração cotidiana. Jung nos lembra que a terapia exige paciência.
É um trabalho lento, no qual psicólogo e paciente precisam suportar juntos a angústia do tempo. O tempo da espera, da ausência de respostas imediatas, das transformações que amadurecem como um bom vinho. Sem essa sustentação, a terapia simplesmente não acontece. A transformação simbólica não acontece sob demanda. Ela precisa de tempo, repetição, elaboração e, muitas vezes, de momentos de aparente estagnação.
É nesses intervalos que algo se reorganiza internamente. Isso significa que não existe terapia rápida? Não necessariamente. Jung dizia que na psicoterapia não existem regras e isso também não é uma regra.
E, de fato, já acompanhei pacientes que fizeram poucas sessões e que resolveram suas questões neste curto período. Mas, como regra geral, a psicoterapia é um processo gradual e lento, porque é uma experiência humana profunda e singular.
É nesse espaço que batalhas internas acontecem, batalhas estas que raramente se resolvem em dias ou semanas. Essa baixa tolerância à frustração tem se tornado tão comum que, hoje, é um tema que costumo abordar já na primeira sessão.
Alinhar expectativas e psicoeducar o paciente são tarefas que se tornam cada vez mais fundamentais no tempo em que vivemos. Por que tantas pessoas querem resultados imediatos? Alguns motivos comuns que observo na clínica: Vivemos saturados de estímulos e soluções rápidas; Existe uma dificuldade crescente de lidar com frustração; Algumas abordagens prometem resultados rápidos e criam expectativas irreais; A dor emocional causa urgência, e o paciente quer alívio imediato; A dificuldade crescente de lidar com frustração e incerteza;A comparação com a vida dos outros, intensificada pelas redes sociais. Mas a psique não funciona no mesmo tempo do mundo moderno.
Essa baixa tolerância à frustração tem se tornado tão comum que, hoje, é um tema que costumo abordar já na primeira sessão. Alinhar expectativas e psicoeducar o paciente são tarefas que se tornam cada vez mais fundamentais no tempo em que vivemos.
O trabalho com o tédio e o tempo interno Uma parte importante da psicoterapia, muitas vezes negligenciada, é justamente essa reintegração do tempo interno. Vivemos em um mundo em que o tédio foi banido, mas na clínica ele é um recurso.
O tédio cria espaço para que algo novo apareça. Ele suspende o viver em automático, obriga o sujeito a se confrontar consigo mesmo e abre caminho para que imagens, sonhos e conteúdos inconscientes tenham espaço para emergir. Sem esse intervalo simbólico, não existe processo analítico. Essa baixa tolerância à frustração tem se tornado tão comum que, hoje, é um tema que costumo abordar já na primeira sessão. Alinhar expectativas e psicoeducar o paciente são tarefas que se tornam cada vez mais fundamentais no tempo em que vivemos. Conclusão: o convite a sonhar novamente
Acredito que vivemos uma crise de sonhar, tanto no sentido literal quanto no simbólico. Os neurocientistas Sidarta Ribeiro e Miguel Nicolelis falam sobre isso brilhantemente: estamos dormindo menos, sonhando menos e, ao mesmo tempo, desejando menos profundamente. O sonho, antes uma bússola interna, foi substituído pela lógica da produtividade. Nesse contexto, a terapia assume uma tarefa essencial: convidar o paciente a desacelerar, a suportar o tédio e, pouco a pouco, voltar a sonhar. Sonhar imagens, possibilidades, caminhos inéditos, coisas que só aparecem quando damos tempo para que possam emergir. Essa baixa tolerância à frustração tem se tornado tão comum que, hoje, é um tema que costumo abordar já na primeira sessão. Alinhar expectativas e psicoeducar o paciente são tarefas que se tornam cada vez mais fundamentais no tempo em que vivemos.
Referências
A prática da psicoterapia vol. 16/1 – Carl Gustav Jung Ab-reação, análise dos sonhos e transferência vol. 16/2 – Carl Gustav Jung



